Chá com letras
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No dia 29 de outubro, com a organização conjunta do Centro qualifica e das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas de Grândola, realizou-se mais uma sessão do «Chá com Letras».
Esta sessão, de acordo com a atual situação sanitária que o mundo atravessa, foi diferente, em ambiente digital, mas o calor humano foi em tudo igual ao habitual.
No dia 22 de outubro comemoraram-se os 476 anos da atribuição da Carta de Vila a Grândola, que assim ficou liberta da tutela de Alcácer do Sal, sendo este acontecimento o mote para as diversas apresentações partilhadas pelos participantes.
“Caminhámos” pelas ruas de uma Grândola antiga, mas sempre com um pé no presente para podermos identificar as diferenças, o que foi muito prazeroso para quem estava a assistir e não teve a oportunidade de vivenciar essa Grândola de outrora.
Conhecemos, em termos literários, Grândola como musa e como cenário da pena de alguns autores grandolenses.
Ouvimos histórias antigamente contadas nas tão características tabernas de outros tempos, e soubemos como uma patranha toma forma de verdade quando contada inúmeras vezes, surpreendendo até o próprio “patranhador “.
Conhecemos histórias de vida, por vezes muito duras, de mulheres do Lousal, mas que revelam sempre uma tenacidade capaz de superar todas as agruras, atribuindo-lhes um doce sabor que é guardado na memória. São histórias genuínas como só as gentes sofredoras as sabem sentir e contar.
Ainda fizemos um passeio pela serra de Grândola e pela riqueza dos seus produtos, os orégãos, os medronheiros, e tantos outros que se poderiam enumerar.
Falou-se de Zeca Afonso e do seu poema, Grândola Vila Morena, enviado dias depois da sua atuação (17 de maio de 1964) a José da Conceição, e que foi lido pela primeira vez, em 31 de maio, na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, na sua versão original:
“Grândola Vila Morena/
Terra da Fraternidade/
O Povo é quem mais ordena/
Dentro de ti ó cidade/
Em cada esquina um amigo/
Em cada rosto igualdade/
Grândola Vila Morena/
Terra da Fraternidade/
Capital da Cortesia/
Não se teme de oferecer/
Quem for a Grândola um dia/
Muita coisa há de trazer». [1]
Os participantes, como habitualmente, tomaram o chá, desta vez em casa, mas sempre em boa companhia!